terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Vozes

Em dias assim,
nada digo,
tudo escuto
e os sussurros estão lá...





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Aquoso

E da minha imaginação
(ou não)
nascem conversas de árvores
que pairam num céu aquoso.





domingo, 26 de fevereiro de 2023

Únicos

Gosto de pensar que há lugares que me pertencem...
Secretos.
Silenciosos.
Meus...
Gosto de ter estes lugares que são únicos e acicatam a minha imaginação.




sábado, 25 de fevereiro de 2023

Entre girassóis e afectos

Do simples ao especial...
Por agora apenas assim.




sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Luz e sombra

Qual a proporção que ocupam nos dias?





quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Inverso

Fazer crescer mundos e silêncios
na beleza inversa do dia.





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Rio lento

Absorvo os dias da cidade
deixando que o rio passe
lento
lento
   lento...
Deixo-me ir na corrente.
Regresso à margem
e ao bulício dos barcos,
às vozes que entoam nacionalidades,
amores e promessas perdidas.
Absorvo os dias da cidade
deixando que o rio passe
lento
lento
   lento...





terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Lugares

Lugares que ainda são serenos.





segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Cansadas

Sob os pés,
sinto as pedras polidas,
cansadas.
Interpelo o tempo:
Antes dos meus,
quantos passos contaste?
Silêncio.
Insisto:
Não sabes?
Silêncio.
Uma brisa gélida desce.
Arrepio.
Afasto-me lentamente...

Um cicio envolve-me:
Não se contam segredos...




domingo, 19 de fevereiro de 2023

Memória

Cada palavra tem uma memória.
Cada frase tem uma voz...





sábado, 18 de fevereiro de 2023

Penumbra

Suave é penumbra que antecede a noite,
lugar de impronunciáveis pensamentos.





sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Natureza

De um lugar que nada tem e de repente,
a natureza surpreende com minúscula vida...
Colorido vivo na esterilidade.





quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Emaranhados

Ramos emaranhados
vislumbres de Primavera.
Encantamento...





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Porta

Perfume de tempo
exala saudade
camadas de pele
perdidas na idade...
Mãos que tocam
paredes mudas
ausências.

Sonhos que ficam,
olvidados...
Porta de tempo.





terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Diálogos

Entre o branco e o cor-de-rosa,
ramos que se tocam,
murmúrios...





segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Recanto

Na quietude do recanto, refugiava-se nas palavras dos outros.





domingo, 12 de fevereiro de 2023

Ali

Um lugar para estar...





sábado, 11 de fevereiro de 2023

Voo de poesia

Que alma vive nos recônditos lugares do corpo?
Onde se encontra?
O silêncio sabe...
Que feitiços abrem as janelas?
A poesia.

A energia e a sabedoria espiritual de Odin...






sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Pontas

Restos perdidos,
escombros.
Pontas esgaçadas,
esfarrapadas.
Pegadas esquecidas,
memórias.
O mar,
lugar invisível.




quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Momentos

A beleza rubra das emoções...





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Fanzine #1 - Teresa David

A Teresa David ousou, não hesitou e fez.
Experimentou e continua a experimentar todo um mundo de possibilidades fotográficas.
Não desiste e isso é bonito de ver e sentir.





Nota explicativa:

fan·zi·ne

(inglês fanzine, de fan, fã + [maga]zine, revista)
nome masculino

Publicação periódica alternativa, destinada aos fãs de determinada manifestação cultural (ex.: fanzine de banda desenhada).

"fanzine", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/fanzine



terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

"Geografias corporais"

Um livro não se explica, entra-se nele como se de um palco se tratasse: ali reina o silêncio, plateia vazia; mais tarde encher-se-á de quem vier para o sentir.

Folhear lentamente. Respirar-lhe o espaço. Sentir.

Regressar às páginas anteriores. Recolher um pensamento; envolvê-lo, libertá-lo.

Encontrar tempo e partilha.

Constroem-se narrativas, espelham-se outras realidades.

O toque das palavras intercaladas na sensorialidade dos movimentos e das imagens.

As leituras derramadas pelos textos imensamente ricos do Paulo Kellerman, que vão surgindo na viagem pelas páginas de toque suave, abrem possibilidades, esperas,  ilusões.

Com as fotografias, a Ana Gilbert traz a curiosidade pelas sensações, pelos movimentos envolvendo a luz, mesmo que ausente. Sorrisos que marcam rostos. Acreditar nos sonhos...

Um livro inquietante na simbiose das dúvidas e das respostas, respostas que nunca o são verdadeiramente, encadeadas que ficam em outras, que desconfortam, que desassossegam.

Um livro infinito. Sim, infinito, porque querendo, também assim podem ser as emoções se deixadas dançar livremente numa geografia corporal individual,  a dois,  ou ainda colectiva.

Quantas vezes percorrerei estas páginas?

Tantas quanto o desconcerto dos dias...




Nota:

Design gráfico de Licínio Florêncio.
Impressão no Brasil pela Alter Edições. 



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

78

Vacila e esmorece, refila e amua, mas mantém-se firme,
ainda que o coração o tenha estremecido grande parte da vida.
Tem sorrisos e defeitos, tem humor tantas vezes corrosivo,
colidimos: somos humanos, não é?
78 contados hoje... e que sejam mais.





domingo, 5 de fevereiro de 2023

Do interior

Sombras e luz
da rua,
silêncio
interior.

Somam-se dias,
degraus percorridos...






sábado, 4 de fevereiro de 2023

Um todo

Uma simples janela e quadr(ad)os de vida.





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Tecer

Tropecei nas horas mortas,
daquelas que ninguém quer
e arremessam como moedas menores.

Tropecei nas horas mortas,
daquelas que ninguém sente
e tudo à volta era breu.

Tropecei em palavras vãs
daquelas que ninguém ouve
e o tempo engoliu a minha voz.

Tropecei em palavras soltas,
daquelas que aparecem nos sonhos
e teço-as agora em rede...




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Dia bonito

Superfície agitada
reflexo esbatido
janelas encerradas
águas passadas.

Era um dia bonito...




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Pássaros

Lá longe
amanhecer fumegante,
aves agitam-se
estalando penas,
(burburinho)
procuram lugar no céu,
reflexo invertido: novo mundo.

Lá longe,
pássaro-sonho caído,
linhas de horizonte mal traçadas
(solitário)
dobra asas retorcidas,
feridas,
sangram azul-saudade
e palavras jazem moribundas
nas lajes de deuses em desuso...