Coisas

A (in)significância das coisas pequenas.

Ar fresco

O dia porfiava na entrada quando a noite ainda lhe acontecia...

Os sonhos cirandavam pelas sombras, refugiavam-se, não queriam ser vistos.

Da janela entreaberta, o ar fresco invadia tudo: tecidos, pele, silêncios...

Distâncias

A beleza na mistura e na distância percorrida pelo horrendo.

O ocaso toldado por fumo dos incêndios canadianos.

Janela

No recanto insuspeito do tempo,

as paragens acontecem

e por breves momentos

uma janela cresce,

ganhando claramente

a dimensão exclusiva de ser.

Lugares

A invisibilidade da natureza...

Lugares.

Linhas de cor

Basta um olhar e uma parede fica plena de cor

nas linhas que a luz do exterior lhe desenha.

Às vezes são momentos inesperados como este,

que conferem entendimento e iluminam o ser interior.

Porta 20

Há lugares que não sendo casa,

são lugares de bem receber

e respira-se harmonia...

Há portas que são especiais!

Cais

Entre as saudades e o cais...

Tendência

Os dias abrem-se ao Verão

ao mar

ao sal...

Cabelos ao vento

pés descalços

mergulhos flutuantes

ondas enroladas

areia e mais areia...

Os dias abrem-se ao Verão

e às emoções sem tempo.

Solstício

Parado o tempo, momentânea ilusão:

Inala-se o instante,

esperança e renovação,

celebra-se o amor,

liberta-se o prazer.

O sol e seus adoradores...

Varanda

Durante muitas das minhas manhãs de leitura

foi uma quieta companhia na varanda vizinha.

Hoje, com o olhar, disse-me: bom regresso ao trabalho.

Palavras

Fantasiava mundos, narrava sonhos.

Por cada um deles, guardava uma moeda

como desejos na fonte...

Um dia, talvez um dia, atire algumas

e as palavras dançarão no papel.

Improviso

No improviso dos dias vive a alegria,

as cores ganham brilhos inesperados...

A vontade de fazer diferente é clara!

Breve apontamento do que vi e senti:

Festival "A Porta" (Leiria)

Fotografar Palavras

O catálogo da exposição.

Sorrisos!

Ponte

Arquitectura dos laços, linhas dos afectos.

Entre a ria e o céu, uma ponte e um azul infinito.

Balanços

Recortes de céu

aguarelas de barcos

movimentos inquietos

Olhos pousados.

Balanços...

Nuvens e formas

Observar as nuvens é, tantas vezes, uma fuga...

Outras, um espevitar da imaginação.

E tomam formas e são figuras...

Mundos mágicos

Há nos reflexos uma magia que dá lugar à imaginação, à liberdade...

Em memórias

Céu ondulante

sentidos estremecidos

fascínio de luz.

Silêncio em memórias...

Moinho

Surpreendeu-me o lugar, a quietude, a envolvência.

Respira-se muito lentamente...

Sentido

Inclina-se sobre o tempo

estendido no chão,

amarelecido.

Desfalece suavemente no entardecer...

Noite

As casas iluminam-se de sonhos...

Incompleto

Estremece, inquieta

reflexo incompleto.

Os dias são rotinas

os pensamentos, escape...

Os sonhos habitam-se, incertos.

Recantos

Lugares de encher o coração de tempo...

Do dia

O colorido do dia...

Bulício

Lugares: uma manhã onde o bulício ainda dorme...

Sonhos

O momento de todos os sonhos...

Momentos

A beleza ímpar da serenidade...

Espaços

Passa o tempo, fugitivo...

Ondear

Efeitos ondulatórios...