Noite

Digere-se a noite de teatro...

Recortes

Recorto

recantos

Remato

receios

Renovo

realidades.

Recortes...

Caminhava...

... e a luz, teimosa entre a folhagem,

iluminava parte do empedrado tempo.

Coração

Quantos corações compõem uma vida?

Cascata

... a dada altura, a realidade deixou de fazer sentido e as vozes lamuriosas tomaram conta das sombras...

Cidade Saudade

As ruas estreitas e tortas

de muitos são passado

e há pegadas infinitas

no polido empedrado.

O céu permanece azul

e uma voz melodiosa e triste,

canta muito baixinho

a saudade de uma cidade.

Noite

A noite dança...

Vazio

À noite,

a vida fervilhava na animação que crescia no balanço da música.

Eram as horas do seu vazio.

Portão

Uma peculiar fiada de corações...

Tempo

O tempo guarda cautelosamente a realidade de um espelho.

Divagar

De quanto tempo é feito a minha memória?

Cores

Propositadamente indefinida.

Apenas cores...

Ouvi dizer...

... que ontem um meteorito andou a "passear" pelos céus de Portugal.

Ao mesmo tempo, no solo:

Quinta edição

As paredes interiores estão cheias de beleza.

Menores

Lugares menores,

fugidios ao olhar...

Imaginação

Entre recantos e imaginação,

à sombra de palavras desalinhadas,

veneram-se as horas de solidão.

Jardim

Há um recanto neste jardim que o torna especial e é só meu...

E tu...?

E tu tens medo de quê?

Rotação

Os dias passam,

sempre iguais,

apenas as sombras mudam...

Turvação

Por vezes os sentidos confundem-se

e a nitidez sobre as coisas fica turva...

Imensos

Imensos são os rios que lhe correm dentro; e invisíveis.

Chão

Chão: fragmentos de sombras.

Espera

Não há tempo infrutífero na espera.

Debruar

Debruado de sol matinal.

Desejos

A

luz

é

fonte

perfeita

do

desejo,

curvilínea

e

ondulante.

Objecto

Encontro com a desfragmentada vida dos objectos e uma mais colorida junto ao charco.

Camadas

Ao vento despe as camadas dos dias.

Azul

Pensamentos em voragem azul.

(S)em (des)ordem

Silêncios que guardam estilhaços

de raízes

ressequidas pelo tempo,

como chicotes pontiagudos,

fustigam tempestades inadiáveis.

Viagens ao centro de ser

mergulhando

em crateras de vulcões extintos,

retomam sonhos anónimos,

embaciados,

guardados sem ordem,

agora crepitantes.

Os passos dão-se, cegando as vozes

que são desvio ao rumo,

maviosas

dançam ao vento

distraindo,

tal sereias...

Estugar a decisão sem hesitar,

guardando os cacos noutro lugar.

Vénia

Deslumbramento.

Vénia à beleza.

Desafio

Escuto e desafio-me a traduzir os sussurros à minha volta...