Dádiva

Nunca imaginei, mas é simples e aconteceu: um gato.

Tora é dádiva e descoberta.

Um olhar de amor incondicional.

Contraste

Emaranhado de luz

Prioridade

A vida vai mostrando, ao longo do percurso, a relevância e necessidade de estabelecer objectivos e prioridades.

Com a aproximação do final do ano, tende-se a fazer balanços e formulam-se intenções, estas quase sempre ilusórias e breves.

O regresso à rotina é fatal para estas intenções...

Tenho sonhos e objectivos; tentarei realizá-los sem atropelos, com clareza e honestidade, dando importância e prioridade ao ponto de partida, eu.

Família, amigos, afectos, consciência, partilha, ideias, projectos, aprendizagem, criação e co-criação e tanto mais que é ponto fulcral para a concretização.

Quanto ao que nada vale e que também faz parte da vivência, fica no que é: nada.

Venha lá 2025, cá estarei!

Guias

Inegável o fascínio pela luz.

Abraça-me e guia silenciosamente

Vai para onde me encontrares:

Esse é o lugar.

Balanço

Conversas e risos à mesa.

Balanços?

A vida é o que fizermos dela.

Será?

Cintilar

Cintilas-me

na

pacatez

interior

e

no

abraço

demorado

dos

dias

frios...

Colorido

(sorrir)

Memórias

(abraçar)

Cores

(respirar)

Sabores

(alvoroçar)

Conversas

(arrancar)

Fitas

(brindar)

Gargalhadas

(chorar)

Saudade

(sonhar)

Futuro

Varanda

Há na luz,

Qualquer que seja a sua forma,

Algo intangível

Que fascina e inebria

Que se procura sentir.

Uma busca constante...

Oitenta

Oitenta luzes contadas em família.

Feliz aniversário, mamã!

Folhas

Ainda resistem

Permanecem

Folhas de Outono

Estarreja à noite

O encanto na brevidade.

Calendário

Com folhas caídas

Assinalo o último dia de Outono

Resvalando, sem pudor,

para o aconchego despido do Inverno.

Ir

As camadas libertam-se

Serei o meu limite

Até lá

Sou Céu

Voo

Folhas

Vento

Outono.

Vou

Sendo limite

Sem ser.

Simples

A beleza das coisas simples mantém-se.

O supérfluo é acessório e cai.

Render

Rendo-me à noite

E ao silêncio das horas

Auscultando

Atenta

O breve palpitar

Dos segundos...

Ser noite

Ser noite no avesso da luz

Erguer

Frio entranhado na pele

Lua nascente

Escondida na névoa

Estrada serpenteante

Na margem da maré

Que segue sem pressa

E ainda é espelho.

Erguer todos os dias

Com o nascente no olhar.

Ser e ter

Serei tudo o que em mim for.

Terei tudo o que em mim houver.

Vagas

Encontro a luz nas horas vagas

Quando o olhar naufraga de saudades

Elevar

A dança das árvores

Das nuvens

Das aves.

Dança o silêncio em coro

Quando ergo o olhar

Abismo o ser

Perpetuo o infinito.

Noite

Difusas são as luzes na noite fria

A rua está deserta...

No meu porto de abrigo

Atrever-me-ei, sempre.

Piscar

O presente em sonhos

Que a noite revela

Girassóis

Têm luz própria ainda que dela duvidem.

O tempo encarregar-se-á da liberdade...

A Cidade

Esquinas de luzes coloridas

Reflexos ondulam fascínios na água

Cidade hipnotizante...

Desfiar dias

Desfiam-se os últimos dias de Outono.

O frio assoma a medo

Com o vento a arrastar sonoramente as folhas soltas.

A luz dourada enobrece os lugares e desenha espaços de escrita.

O rio corre para o mar indiferente às vidas que passam,

ficando a ponte que estreita as margens.

Casa

Espaço e conforto

Fruir o sossego

Ramos

Fascina-me a luz que chega indirecta

De janela em janela.

Manhã

Inunda-me, luz da manhã, inunda-me...

Fugacidade

Somos tão fugazes...

Esbatida

Trago no olhar, o pensamento ousado

que muitas vezes fica calado...

Nunca o "está bem" será definitivo

Quando a voz inquietante é manifesto interior

E parar não é opção

Luzes

Rolam escadas intermitentemente

Nos pensamentos consumistas da humanidade

Ardido o pavio curto da solidariedade

O lugar das coisas será o mesmo...

Nuvens

Nuvens tendem a passar

Passam sempre

Mesmo quando chovem tempestades

E os ventos assobiam inquietação.

Olhar

Sim, eu sei!

Seguir

Agora há todo um mundo para percorrer...

Felicidades, André!

Apelo da rua

A rua está apelativa à epoca...

talvez aconteça este ano.

Pestanejar

A noite tarda em apagar o que a inquieta:

quanto tempo durará um olhar sem pestanejar?

Por todos os dias

Nenhuma liberdade devia ser roubada.

Nenhuma voz devia ser calada.

Nenhuma vida devia ser arrancada.

A esperança (ainda) é luz e fé nos seres de boa vontade.

Sinais

Será este o tempo do esquecimento?

Entre o antes e o depois

Ficam as penas do silêncio

E as verdades da memória.

Há uma folha amarrotada

Na paragem do sinal vermelho:

Em muitas horas se cala

Em poucas se diz a verdade.

O que foi amarrotado, assim permanecerá.

De quantas palavras será escrito o novo voo?

Algumas cairão em saco roto.

Haverá sempre antes e depois...

Degraus

Assumir o que se quer realizar,

é alcançar mais um degrau para a concretização.

Direcção

Para onde vão os silêncios que me atravessam?

Apressar

Apressar o passo,

perseguindo-me...

Natal

O Natal já anda pelas ruas e lojas da cidade...

Haverá...

... lugares onde a luz possa viver longe da sua sombra?

Girar

À procura do sol

dias virão,

sempre.

Ponto de partida

E tantos dias para fazer o que gosto, ver, sentir e olhar...

Contar

Contei as linhas de um ano,

estão cheias e ricas.

Vislumbro mais à vista para preencher...

Que venham!

Efémero

Observar a vida, a nossa e a dos outros

(vidas conhecidas ou não)

e perceber que é tudo tão efémero...

Outono

Céu de Outono.

13.11.2019 (19h35)

Dias

longos

pelos

corredores...

Passado

arrumado.

Tantos

lugares

para

ir...