sábado, 30 de abril de 2022

Rio nascente

Do outro lado do reflexo que margens existem?
Que rio nascente enche o leito vazio?
Estende a mão para quebrar a tentação
e diluir o inquietante feitiço.

E das vozes que se ouvem,
ténues mas apelativas?

Inclina-se um pouco mais, atenta...


sexta-feira, 29 de abril de 2022

Possibilidades

Uma luz difusa e morna que cria ambientes e possibilidades.
O olhar que não sossega,
o pensamento que não adormece...


quinta-feira, 28 de abril de 2022

quarta-feira, 27 de abril de 2022

terça-feira, 26 de abril de 2022

Procura

Todos os dias arrisca sem saber a razão,
apenas sente que deve fazê-lo.
Trepa a ravina do lado mais íngreme.
Nada o demove, aguarda.
O olhar sempre fixo no mar.
Umas vezes braços cruzados, outras mãos nos bolsos.
Hoje o pôr-do-sol acompanhou-o.
Rosto inexpressivo. Intransponível.
Como sempre, vem de chaves tilintantes na mão no regresso ao carro.
Pouco tempo depois, arranca.
Amanhã, no ermo habitual, a solidão espera-o...




segunda-feira, 25 de abril de 2022

Da liberdade

Por encontrar a diferença na liberdade de ser,
de estar, de partilhar...
Simplesmente sentir e agradecer.
À amizade, ao carinho, à gargalhada.






domingo, 24 de abril de 2022

Rio de pontes

A água corre ininterrupta
e as pontes construídas
Com mais ou menos tempo
Unem as peculiaridades das margens.











sábado, 23 de abril de 2022

Do castelo e dos livros

Um dia de olhares, de sorrisos livres, de afectos.
Um dia de simbologia, de memórias e de sonhos.
No dia dos livros e da sua envolvência,
no olhar sobre o castelo,
na caminhada pela cidade,
todos os momentos a preencherem linhas e páginas,
continuamente...




sexta-feira, 22 de abril de 2022

Espera

Enquanto espero
o olhar vagueia,
contemplativo...

Perde-se na nuvem
isolada
muito longe do trivial
acima dos telhados
desabrigados pensamentos,
agitados ramos de vento.

E se...

O toque no vidro,
a realidade em queda.
Regresso.





quinta-feira, 21 de abril de 2022

quarta-feira, 20 de abril de 2022

terça-feira, 19 de abril de 2022

domingo, 17 de abril de 2022

Detalhes

Simples detalhes de uma caminhada.
Da aparência e do tamanho.
Do imperceptível e do pormenor.
Da luz e da sombra.






sábado, 16 de abril de 2022

Sombras

Gosto de sombras e do imaginário que criam.
Gosto de árvores. Muito.
Inegável.

Crescem árvores-sombra no meu caminho
e ouço os murmúrios,
leves,
entre as folhas que hão-de ter...
Os ramos frondosos esticam-se,
aumentam as sombras,
crescem os sonhos.
Crescem as árvores-sonho...





sexta-feira, 15 de abril de 2022

Arte

Tantas podem ser as representações de Arte,
como, na mesma proporção, as emoções que despertam...
Cinco fotos para tanto que pode ser.

Um projecto pessoal, os afectos e gestos.
A dedicação, a dor, a beleza, a elegância.
Alegria, espanto, cor.
Um lugar solitário.
Uma doce e esbatida ilusão.


Mais, é muito mais o que a Arte pode ser...
depende do que somos,
da forma como olhamos e sentimos o que nos rodeia,
o respeito pelo espaço e individualidade (o eu e os outros),
a originalidade e a constante curiosidade,
levando a aprendizagem e o instinto por caminhos tortuosos,
mas muitos próprios...

Meras divagações pela Arte no dia que lhe é dedicado.













quinta-feira, 14 de abril de 2022

Calçada

Faltam pedras na calçada,
arrancadas ou esquecidas?

Com a passagem dos dias
a terra acumulada enche-se de vida,
crescem no intervalo
pequeninos pontos verdes,
imperceptíveis a quem passa.

A pétala rubra, esvoaçante,
desprendida da camélia próxima,
acabou por pousar no espaço vão
colorindo um insípido final de tarde.

Coisas da minha rua...





quarta-feira, 13 de abril de 2022

Tempo de tempo

Tempo de ouro, de prata, de pedra, de papel ou de tesoura?
Tempo de ter tempo e nele folhear as memórias,
sublinhar as marcantes como frases de um livro...
Parar numa página-momento
desse labirinto de parágrafos absurdos
na procura do pensamento impossível.
Tempo de pedra,
pesado e arremessado ao rio de corrente trepidante,
cantante como outros anteriores...
Tanto tempo inventado, mas contado nesses ponteiros invisíveis
que marcam o compasso da vida.




terça-feira, 12 de abril de 2022

Dois


Há dois anos, ainda a pandemia e o confinamento davam os primeiros passos, iniciava um projecto individual: o meu blogue.
Incitada a partilhar os meus trabalhos fotográficos e de escrita, surgiu este espaço.
Durante os primeiros tempos as fotos pertenciam ao que tinha em arquivo, já que estava confinada; os textos intercalavam-se entre os mais antigos e novos. As publicações foram crescendo.
Desde Novembro de 2020 que assumi que as partilhas seriam diárias. Tenho mantido esse compromisso.
E aqui surge a questão que muitas pessoas têm colocado: porque tens um blogue quando já passou de moda e ninguém liga?

O blogue é simplesmente o meu projecto pessoal. Quando partilho nas redes a ligação para o conteúdo, é um convite à visita, ao olhar mais demorado sobre uma foto momentânea ou não, à leitura de uma simples frase, poema ou texto mais longo.

Agradeço as visitas e palavras dirigidas a este projecto ao longo destes dois anos, tanto pessoalmente, como vertidas em comentários nas redes e no próprio blogue.

Se é para continuar? Claro que sim.

Hoje é a publicação 729 e as duas fotos captadas a partir da minha varanda neste final de tarde, um momento único.
Se têm significado especial? Muito...










segunda-feira, 11 de abril de 2022

domingo, 10 de abril de 2022

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Caminho de tempo



Caminhas de mão dada com a indiferença do tempo
que te marca e assiná-la na pele o seu percurso.




quinta-feira, 7 de abril de 2022

Margem



Passar para a outra margem através dos reflexos será um mero exercício ilusório,
ou a procura de outros "eus"?




quarta-feira, 6 de abril de 2022

Acima

Às vezes, vagueio os pensamentos nos passos que dou,
ora lentos, ora apressados.
Outras, o olhar perde-se nos espaços que me abrigam,
numa falsa ilusão de querer parar o tempo.
Por estes, alcei os olhos e deixei-me seduzir pelas imensas possibilidades,
como se fosse um jogo de escolhas, de avanços e recuos.







terça-feira, 5 de abril de 2022

Sonhadores

Habitam-nos sonhos nas gavetas mais recônditas,
às vezes cobertos pelo ténue e silencioso manto do receio
e do pensamento dos outros...
Aprendemos a abrir vagarosamente a gaveta e a deixá-los sair,
um a um.
Voam, estendem-se.
Transformam-se,
transformando-nos em seres de uma liberdade única.
Ou teremos sido sempre assim, e não o soubemos ver?
Ou antes, não quisemos?
Criamos e avançamos.
Os objectos palpáveis aparecem e são memórias e pilares.
As emoções preenchem a pele e o pensamento...
E desse tempo anterior,
surge a gaveta dos tesouros
nas asas de um origami azul feito cisne protector.





segunda-feira, 4 de abril de 2022

Parede-casa

A tinta empola das emoções contidas.
Há vida no interior...
O interior palpita.
Ali encostada
no menor e mais estreito dos lugares,
cresce...




domingo, 3 de abril de 2022