Caminho apressadamente até ao carro sob a morrinha. Já sentada, recorro a uns breves minutos para pensar.
No parabrisas, o abstracto.
A percepção e entendimento da beleza das coisas em tudo o que me rodeia, tem sido tantas vezes o mote para fotografar, para escrever, para gravar palavras e ideias que surgem dos momentos.
Esta é uma qualquer parede, posso ver e constatar o que é e nada mais. Porém, sob o meu olhar, imaginação e sensibilidade, ganha contornos, texturas e até vidas.
Se esta é uma fotografia perfeita? Não, claro que não. Se me importo? Claro que não.
Nos últimos tempos, tenho concluído que a procura da perfeição é algo que pode raiar o doentio e afectar a forma de ser e estar. Continuo a admirar quem a procura com originalidade e convicção, quem trabalha para a alcançar pelos próprios meios, sem atropelos ou usurpação, mas para mim a perfeição não é uma demanda.
Encerro o dia, o mês, direi até, mais um ciclo.
Eu sou Outono e Novembro é o meu mês.
Obrigada por tudo, a todos!
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