terça-feira, 26 de abril de 2022

Procura

Todos os dias arrisca sem saber a razão,
apenas sente que deve fazê-lo.
Trepa a ravina do lado mais íngreme.
Nada o demove, aguarda.
O olhar sempre fixo no mar.
Umas vezes braços cruzados, outras mãos nos bolsos.
Hoje o pôr-do-sol acompanhou-o.
Rosto inexpressivo. Intransponível.
Como sempre, vem de chaves tilintantes na mão no regresso ao carro.
Pouco tempo depois, arranca.
Amanhã, no ermo habitual, a solidão espera-o...




Sem comentários:

Enviar um comentário