quinta-feira, 30 de abril de 2020

Reflexos


Sentada no muro, pernas balançantes, há uma imensidão aquosa de quietude nesse espelho que me devolve a imagem imediata de dois mundos: 
O da simplicidade, ali, quase estática, quase infinita; intocável. O mundo que eternizo numa foto. 
E depois o do outro lado, o meu, imenso, sim, mas agitado, turbulento, nunca em repouso, nem mesmo no sono. Mergulho nele e sinto-me bem. Gosto de quem lá encontro; mas ainda há portas que não abro. Parecem-me desconhecidas, quase assustadoras. 
Vou andando por ali, à espreita, tentando descobrir como as posso escancarar, sem medo. Parecem portas de emoções, contidas, escondidas… 





(texto  de 30.01.2019)

2 comentários: