quarta-feira, 30 de junho de 2021

terça-feira, 29 de junho de 2021

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Lua...

embevecida, sigo-te
fascinada, cativas-me
escondes-te
procuro-te

fina linha
contorno crescente
cheia radiante
minguante
lado invisível

apaixonante



sábado, 26 de junho de 2021

Mudanças...

- Afastaste-te.
- Não! Roubaram-me os ramos.
- Já não te estendes...
- Tens os meus murmúrios.
- Não me acompanhas...
- Estou sempre contigo.
- Tenho saudades da tua proximidade.
- Escuta com atenção. Sente. Temos o nosso tempo e as nossas raízes.




quinta-feira, 24 de junho de 2021

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Coração de tempestade...

boca de sal no rasgo de um sorriso

sem deixar que as memórias morram

colando as fibras da alma

nas juras descalças de um ocaso





segunda-feira, 21 de junho de 2021

Luar de Solstício

O meu pensamento seguia veloz a caminho da beira do mar. As nuvens pesadas, engrossavam o céu e a chuva prometia estender o seu manto sobre a terra.
No horizonte turvo, uma ténue linha dourada era a tentação.
Resisti. Fiquei.
Outro rumo tomei, com o invisível ocaso a acontecer para lá da camada cinza-chumbo e de um rasgo no céu surge incompleta, branca e brilhante, apelativa: a minha lua em dia de solstício.




sábado, 19 de junho de 2021

Do mundo

os sonhos e do lugar que ocupam
o solo em que se enraizam
o céu com as asas que tomam
as tonalidades que vestem




sexta-feira, 18 de junho de 2021

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Desalinho...

O desalinho da impaciência
sopro breve
sem estar

Desinquietar
na margem do não querer
impossível regressar

Apetece brincar
na consciência certa
Do desalinhar

1, 2, 3... acho que vou soprar.




domingo, 13 de junho de 2021

Árvores de mim...

Sinto as árvores como raízes de sonhos e deuses ramificados na miríade de folhas-desejo que as habitam.
Nelas há sempre um tronco de sentimentos texturados no prazer ilimitado de um abraço.
No meu mundo as árvores comunicam e ouvem; são excelentes confidentes e a sua grandiosidade é sublime e inquestionável.
Mudam nas estações, crescem.
Algumas desaparecem...
Sigo-as. Tento captar-lhes a essência.
Na bonomia do tempo, ou no alvoroço da tempestade.
Sigo-as, mesmo quando apenas vivem nas minhas imagens.






quinta-feira, 10 de junho de 2021

Rasgo de luz...



O dia crescia e as névoas teimavam em manter-se por ali.
A atmosfera silenciosa e dramática,
apenas permitindo uma respiração lenta e intensamente sensorial.
Os lugares que nos são pele em dias impossíveis.



quarta-feira, 9 de junho de 2021

Atilhos...

Desconjuntam-se as tábuas
no tempo das memórias
presas por atilhos periclitantes
nesse lugar de natureza soberana.



 

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Moinhos de tempo

Desse tempo que se fez tempo e das coisas transformadas em nostalgia
de um lado o passado em cativante e fingido reflexo
do outro, a queda em moribunda agonia.
Percurso de pedras cantadas da serra até ao mar...




domingo, 6 de junho de 2021

Distâncias...

As distâncias percorridas têm em si vidas, pessoas e momentos paralelos, invisíveis e não tocados. E um traçado alterado, faz colidir, na que seguimos, a riqueza do Outro.
Novas vivências, perspectivas, pensamentos...
Redesenha-se o horizonte, suprime-se a curva desnecessária, os labirintos da memória permanecem, imperfeitos, latentes, com o temor nas sombras e a luz como linha orientadora.
O percurso aguarda pelos passos, hesitantes no início, mas firmes na continuidade.
E o mar, sempre regenerador, aguarda do outro lado pelo olhar esculpido de sonhos.




sexta-feira, 4 de junho de 2021

Véu...

No véu do tempo acumula-se a substância do ser,
feita das linhas que o compõem,
dos sulcos rasgados em silêncios,
dos traços em olhares gargalhados.
Um véu onde se teceram vivências e tantas mais para alinhavar.
O tempo segue o seu tempo e eu sigo o meu.
Simplesmente o meu.




quinta-feira, 3 de junho de 2021

De um baú...

No meu olhar cristalizo os momentos, detendo-os na memória dos meus dias.

São únicos e irrepetíveis.



terça-feira, 1 de junho de 2021

Lado...

Ver o mundo de que lado?
No reflexo ou dentro dele?
Qual é o aspecto do exterior?
E será o interior confortável?
Fingir ou sentir?
Sentindo o fingimento, ou fingir o sentimento?