Linhas

Será possível escrever futuro sobre linhas improváveis?

Dias assim

Mar de Outono

Será

É quanto basta...

Que vês?

O interior na percepção do exterior.

Estás a ver-te do outro lado?

Espanto

Deixar que o espanto seja o Outono caído...

Aguarela

Iníciar.

Abandonar.

Recomeçar.

Insistir.

Sem lamentos...

Desistir.

Lá fora, chove copiosamente...

Rua

Encontro com a liberdade.

Tempo

No vazio das horas,

a espera.

Pelos campos

Invadem-me raízes de memórias e o Outono...

Ah, o Outono!

Estação

Reservam-se na memória

os dias de estio.

A natureza,

rebelde,

colorir-se-á de intensidade

até à ultima folha cair.

Ser Outono...

Pós

A noite

lenta

vagueia no reflexo da rua

arrastando pós ancestrais.

Seguir

Seguir segura, sentindo...

Em breve

A caminho do Outono.

Espera

Espera-se uma luz...

Silêncio

Surreal.

Dantesco.

Que a noite seja esperança...

Escutar

Murmúrios e reflexos do futuro,

o que dizem?

Paisagem

O tempo

em paisagem

veloz

sob o meu olhar.

Anoitece

A lume brando

estio no fim,

anoitece.

Cortinas

figuras humanas

qual dança

cortinas ao vento

inquietas

Tangido

Tangido silêncio

em contemplação.

Penumbra

Pertença deste pequeno mundo...

Linhas

Surpreendem-me as linhas de luz...

Sombras

A incerteza das sombras

e dos murmúrios que as habitam.

Estio

Extingue-se a efusividade dos dias de estio.

O Outono emana da terra...

Redes

Redes de reter...

Ainda

Desatento-me das horas.

Ainda há lugares que são casa.

Turvo

Parar. Ver. Observar...

Qual a limpidez do teu olhar?

As emoções cegam...

Todos

Todos os sonhos me cercam.

E qual será o meu?

Fiapos

Às vezes, brinca-se com a luz

e desenrolam-se fiapos de inspiração.

Emaranhado

Às vezes, até a luz, emaranha-se.