sábado, 9 de maio de 2020

Veludo...

Surpreendeu-se com a forma errática como deixou os pensamentos fluir. Nada alinhou. Na indisciplina de sempre, fixou o olhar naquele ponto que escolheu e começou a dilatá-lo. Alongou-lhe a silhueta, contornando-o. Lentamente, ganhou textura, avolumando. Nada o definiu, deixou-o crescer. Moldou-lhe o movimento, atraindo para si uma proximidade latente. Deixou-se ir nos murmúrios cegos do olhar, assim que ouviu o veludo de uma mão percorrer a seda do corpo palpitante.






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