Um livro não se explica, entra-se nele como se de um palco se tratasse: ali reina o silêncio, plateia vazia; mais tarde encher-se-á de quem vier para o sentir.
Folhear lentamente. Respirar-lhe o espaço. Sentir.
Regressar às páginas anteriores. Recolher um pensamento; envolvê-lo, libertá-lo.
Encontrar tempo e partilha.
Constroem-se narrativas, espelham-se outras realidades.
O toque das palavras intercaladas na sensorialidade dos movimentos e das imagens.
As leituras derramadas pelos textos imensamente ricos do Paulo Kellerman, que vão surgindo na viagem pelas páginas de toque suave, abrem possibilidades, esperas, ilusões.
Com as fotografias, a Ana Gilbert traz a curiosidade pelas sensações, pelos movimentos envolvendo a luz, mesmo que ausente. Sorrisos que marcam rostos. Acreditar nos sonhos...
Um livro inquietante na simbiose das dúvidas e das respostas, respostas que nunca o são verdadeiramente, encadeadas que ficam em outras, que desconfortam, que desassossegam.
Um livro infinito. Sim, infinito, porque querendo, também assim podem ser as emoções se deixadas dançar livremente numa geografia corporal individual, a dois, ou ainda colectiva.
Quantas vezes percorrerei estas páginas?
Tantas quanto o desconcerto dos dias...
Obrigada pela leitura atenta e generosa. Obrigada por entrares nesse mundo das geografias corporais com delicadeza e espanto...
ResponderEliminarObrigada, Ana (e Paulo Kellerman) pela possibilidade de seguir diversos caminhos e emoções dentro do livro.
EliminarCada regresso será diferente.
Belo trabalho :))