quinta-feira, 16 de abril de 2020

A carvão...


Linhas negras do carvão

Oscilantes
Que na leveza aveludada da dança
na alvura do papel vão desenhando
Sentidos
Luz
Sopros
Almejos
Barcos silentes

Petrificados.

Nos espaços intransponíveis o carvão cria
(ou recria?)
Acordes de reflexos tangíveis
de vozes lamurientas e agonizantes
Onde nada é o que parece
E o intransponível deixa de sê-lo
mormente pelo carvão de linhas negras
espelhadas, translúcidas
nas intenções eternas do "sem princípio nem fim".
Oscilantes...


(Porquê carvão?
Cá p'ra mim, boa pergunta...)






(texto de 27.08.2017)