quinta-feira, 23 de abril de 2020

Um livro


Por vezes sinto que apenas o meu corpo está vivo

e que ao desdobrá-lo, assim o encontro, livre.

Vivo, intenso, esfuziante, aveludado, compacto.

Duro. Intemporal. Pleno.

E o sangue fervilha delas.

Cravadas. Doridas. Infames. Tangidas.

Sentidas. Sorridas. Torneadas.

Alegres. Choradas. Onduladas.

Texturas e cheiros do tempo impregnados

Em sensuais movimentos folheados.

E nele mergulho os pensamentos

De vidas passadas, presentes ou desejadas.

O meu corpo está vivo colado ao que sou:

Um livro.






(texto de 20.01.2020)


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