Encheu as malas de saudades. Os cabides ainda oscilavam pela pressa com que foram arrancados; as gavetas escancaradas com força mostravam a desarrumação em que ficou o passado... guardou o que queria, sabia bem o que levar.
Tinha pressa da rua, fome de luz. Saiu. O sol queimava-lhe a pele translúcida; a paixão em sangue corria-lhe veloz nas veias azuladas. Não importava. O afago da nortada apaziguava essa sensação. Renovou-se...
Agora um longo percurso esperava-o. O tempo de avançar tinha chegado. Com as malas firmemente presas desaparece, deixando um lento rasto de pó atrás de si.
O texto nasceu da foto, Cristina? Os dois se encaixam com perfeição. Lindíssimo.
ResponderEliminarO texto nasceu no pensamento da primeira frase e de repente cresceu, quando a lembrança desta foto captada o ano passado (também em Abril) encheu a memória do meu olhar...
ResponderEliminarMuito grata, Helena pelo acompanhamento das minhas publicações. Abraço...